Distinção entre as demêncas

A doença de Alzheimer distingue-se por ser uma doença de idades avançadas da vida, e é tanto mais frequente quanto mais velhas são as pessoas, embora haja formas precoces que começam entre os 50 e os 60 anos, e ainda muito raramente, antes.

Começa e inclui sempre transtornos da memória que são já desde fases muito incipientes, importantes do ponto de vista funcional, quer dizer, que interferem com as actividades quotidianas.

Todos temos transtornos de memória, sobretudo em relação ao passar do tempo e com o stress, mas o habitual é que desenvolvemos estratégias para os compensar, como por exemplo, apontar a lista de compras, o uso duma agenda…

Embora as falhas de memória possam, nalguma ocasião, pregar-nos uma partida, assim não ocorre em geral e podemos continuar a trabalhar, desfrutando de actividades de ócio, ocupando-nos das nossas famílias e de nós mesmos, por muito que vamos dizendo: “cada vez tenho pior memória!”.

Ao paciente com a doença de Alzheimer, as falhas de memória vão-no limitando de modo progressivo, nas suas actividades. Ao princípio, a perda refere-se sobretudo a factos recentes.

Nessa fase chama a atenção que o paciente recorde, e inclusive goste de evocar, uma ou outra vez, com todo o detalhe, factos referentes à sua infância e juventude, o que pode manter-se mesmo quando já não é capaz de recordar o nome dos seus netos ou quando é Natal.

Pouco a pouco, deixa de se lembrar de tudo quanto se refere a si mesmo; a sua idade ou onde vive; confunde seus filhos ou pensa que o seu marido é seu pai.

Deve destacar-se, não obstante que, embora por vezes seja já incapaz de recordar o nome do seu marido ou de seus filhos, as emoções, o tratamento afectuoso que se lhe dispense, costuma ser aceite e agradecido.

Nas fases finais perde-se, inclusive, este aspecto tão primário da relação.